A união faz a força? Nos fundos de investimento, sim!

Essa modalidade de aplicação junta o seu dinheiro ao de outras pessoas para que seja possível diversificar os papéis escolhidos e, assim, buscar melhores rentabilidades

Por Giovanna Bambicini

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#JuntosSomosMaisFortes! Você deve ter lido várias vezes essa hashtag nos últimos tempos, não é? E sabia que nas finanças essa máxima também pode ser verdadeira? Vamos te apresentar os fundos de investimento! Esses produtos reúnem a grana de várias pessoas em uma cesta diversificada de papéis que pode trazer retornos mais interessantes do que se fosse feita uma aplicação individual.

Sabe aquele clichê “não coloque todos os ovos na mesma cesta”? Ele nunca esteve tão em alta quanto nos últimos anos, desde que os juros começaram a cair. A gente ouve que é importante diversificar, mas nem sempre consegue juntar o dinheiro necessário para isso, até porque alguns ativos exigem um valor mínimo alto para aplicação. Com os fundos, fica um pouquinho mais fácil.

É basicamente assim: você procura uma corretora, um banco ou uma plataforma de investimento e escolhe o fundo que esteja mais adequado às suas expectativas de retorno, ao seu perfil de risco e ao tempo que você pretende deixar o dinheiro por lá. Outras pessoas fazem o mesmo e é essa união de “forças”, ou melhor, de grana, que permite a diversificação em vários tipos de ativos.

Um exemplo que comumente é usado para explicar o funcionamento dos fundos é o de um condomínio: imagine a construção de uma academia de ginástica para os moradores de um prédio. Juntando o dinheiro de todos os vizinhos, é possível fazer as obras e comprar os equipamentos necessários. E é o síndico que toma as decisões, de acordo com o interesse da maioria. Nos fundos de investimento é realmente bem parecido: os “vizinhos” seriam os outros investidores e o “síndico” o gestor, que é o profissional responsável em dar o destino para as aplicações. Pense que se você morasse sozinho, precisaria juntar muito dinheiro para montar a mesma academia, assim como, se você fizesse um investimento individual, provavelmente não conseguiria acessar diferentes papéis com a mesma quantia colocada no fundo. Para se ter uma ideia, é possível começar a investir em fundos com menos de R$ 100.

Mas aí você pode perguntar “legal, mas como os ativos que compõem o fundo são escolhidos?”. Pois bem, existem categorias e tipos específicos desses produtos, além do trabalho do gestor — esse profissional fica de olho no mercado, escolhendo os papéis, de acordo com regras específicas, que variam de acordo com cada fundo, para proporcionar retorno aos investidores.

Existem hoje no Brasil algumas grandes categorias de fundos e, entre elas, há subdivisões em tipos:

  1. Os fundos de renda fixa podem aplicar em títulos públicos federais ou papéis de dívidas de empresas. Eles costumam ser mais conservadores, ou seja, voltados aos investidores com menor apetite ao risco. Dentro dessa classe há produtos que variam conforme o tempo de aplicação e o tipo de papel escolhido;
  2. Os fundos de ações, como o próprio nome diz, investem em ações de diferentes empresas. Eles também podem variar, com aplicações em companhias de perfis diferenciados. Normalmente, os fundos de ações são escolhidos por pessoas que buscam rendimentos maiores e, para isso, estão dispostas a tomar mais risco, já que dependem da valorização das ações, que tende a ser volátil;
  3. Os multimercados são os fundos que podem misturar papéis diferentes, como renda fixa, ações etc. Assim, o gestor consegue fazer um mix de ativos acompanhando as movimentações do mercado. Por terem essa flexibilidade na escolha dos ativos, eles costumam ficar entre os fundos de renda fixa e os de ações no quesito risco;

Além dessas classes, há também os fundos cambiais, que fazem investimentos em moedas estrangeiras, principalmente em dólar e euro; os de previdência, que reúnem aplicações dos planos de previdência privada; os imobiliários, que compram papéis do setor imobiliário; os ETFs, que são fundos atrelados a índices e negociados na bolsa de valores etc; os FIDCs (Fundos de Investimento em Direito Creditório) e os FIPs (Fundos de Investimento em Participações).

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Investindo na prática

Como têm investidores diferentes, os fundos são formados por cotas, ou seja, você adquire cotas, de acordo com o dinheiro aplicado. Quanto mais grana você colocar, mais cotas terá, e seu retorno também será proporcional à quantidade delas. O mesmo acontece em relação às taxas que terá que pagar: sim, tem um custo, como em qualquer outro tipo de investimento mais sofisticado. A principal taxa cobrada é a de administração — um valor que custeia a gestão e a operação do fundo e que varia de acordo com o tamanho (o patrimônio total) dele. Alguns produtos têm também uma taxa de performance (principalmente os de ações), que funciona como uma gratificação pelo trabalho do gestor caso o rendimento do fundo supere uma meta preestabelecida.

Principais características dos fundos de investimento

Se você chegou até aqui, é por que se interessou pelos fundos de investimento. Esses produtos têm tantos detalhes que daria para escrever ainda muito mais! Fique ligado aqui, logo mais voltaremos falar deles. Por enquanto, vamos recapitular suas principais características:

- Acessibilidade: como vimos, a união de vários investidores torna possível o investimento em fundos mesmo a partir de pequenos valores;

- Acompanhamento profissional: com os fundos, você não precisa ficar acompanhando a movimentação do mercado para escolher os papéis em que quer investir. Um gestor especializado desenvolve esse trabalho e cuida das alocações, tendo sempre o retorno como objetivo;

- Diversificação: sozinho você talvez não conseguisse acessar vários produtos e ainda levaria um bom tempo para analisar as opções disponíveis no mercado. Mas, com os fundos, você pode aplicar em diferentes papéis, de acordo com as estratégias que buscar.

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Ação Jovem do Mercado de Capitais

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