LCA e CRA — Conheça os títulos do agro que você pode investir
O agronegócio é um dos maiores setores da economia, responsável por um quarto do PIB e um segmento que movimenta mais de R$ 1 trilhão de reais anualmente. E não é apenas plantando e colhendo, ou criando gado, que é possível investir nesse pujante mercado.
Muitas pessoas não conhecem as formas de investimento disponíveis hoje no setor de agronegócio, mesmo sendo um dos mais aquecidos do momento.
É crescente o movimento de atração de capital, além disso, as indústrias estão se moldando às novas oportunidades, assim como os produtores rurais e os distribuidores. E todos eles estão em busca de recurso para dar seguimento às atividades agrícolas anuais.
E como podemos nos aproximar e apostar no crescimento do agro como pessoas físicas, que não tem fazenda e nem pretende criar animais? Aqui mostro para vocês os instrumentos de captação mais conhecidos atualmente e acessíveis para diferentes tamanhos de bolsos:
LCA (Letra de Crédito do Agronegócio)
A LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) é um instrumento de captação de crédito. Através de um título de renda fixa, os bancos captam junto a investidores um montante de capital e depois direcionam de forma exclusiva aos financiamentos do agronegócio. É possível investir em títulos LCA a partir de R$ 1 mil e estão disponíveis para investimento em bancos, plataformas de investimentos e corretoras.
Uma vantagem para quem compra é que a letra é isenta de imposto de renda (IR), um grande ponto positivo deste título. Para quem fica na ponta com a captação — as indústrias, fazendas, cooperativas etc. — esta isenção também é importante porque faz com que os créditos disponíveis aos atuantes do agronegócio também fiquem mais baratos, em comparação a outras modalidades.
Essa letra pode também ser ofertada na forma de título prefixado, pós-fixado ou misto (com uma taxa fixa atrelada a um indicador, como IPCA). Ela costuma ter uma rentabilidade maior que a poupança e é indicada para investidores com o perfil “conservador”.
Outra vantagem é que a LCA é garantida pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) em até R$ 250 mil por CPF e por instituição financeira — ou seja, se algo acontecer com a instituição financeira emissora, o FGC cobre o prejuízo e o investidor não tem perdas.
FONTE: Turnwise.com.br
CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio)
O CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) também é um título de renda fixa de crédito privado, que representa uma promessa de pagamento futuro em dinheiro. Com isso, é recomendado para investimento de longo prazo.
É muito similar em relação ao LCA. Ele também é isento de IR e sua captação de recursos é direcionada exclusivamente aos financiamentos do agronegócio, para produtores, cooperativas, revendas , etc.
Uma das diferenças mais marcantes entre o CRA e a LCA é que este título não é garantido pelo FGC, então apresenta riscos mais altos e também maior chance de rentabilidade. Isso se deve porque o CRA não é emitido pelos bancos, mas sim por securitizadoras contratadas por aqueles que querem captar recursos por meio dessas operações estruturadas, de acordo com a necessidade de cada empresa.
Vale dizer que o CRA pode ter uma estrutura pulverizada (onde o risco é atrelado a uma carteira diversificada de agricultores, por exemplo) ou corporativa (onde o risco está atrelado à uma empresa devedora).
FONTE: XP investimentos
Esses são os dois principais exemplos de papéis de investimentos que contribuem para o crescimento do agronegócio no Brasil, beneficiando desde produtores até as indústrias de insumos — e também o investidor.
Por meio desses títulos é possível também estruturar operações voltadas ao interesse do beneficiado, como por exemplo no caso do CRA, onde é possível realizar emissões “verdes”, ou em montantes que atendam as necessidades de custeio dos produtores, cooperativas, entre outros, por um determinado período de tempo.
Se você se interessou sobre o assunto, ou deseja adquiri-los, procure saber mais sobre estes títulos em sua corretora, plataforma ou banco!
Sobre a autora
Mayara Carneiro é engenheira Agrônoma pela ESALQ/USP, em sua formação, buscou aprofundar-se nos temas de sustentabilidade, economia e finanças do agronegócio.
Possui experiência em operações agrícolas comerciais e atualmente trabalha no mercado financeiro e de capitais.