Poupança é investimento? Entenda os prós e contras da caderneta
Nem todo mundo que deixa o dinheiro na poupança sabe como ela funciona e é justamente esses detalhes que este artigo traz para você
Por *Giovanna Bambicini
Você provavelmente já teve (ou ainda tem) um cofrinho. No famoso formato de porquinho ou mais moderno, esse é o objeto que muita gente usa para juntar notas e moedas que sobram do dia a dia. De um em um real, dá para chegar em uma quantia bacana depois de um tempo, não é? Mas e se ao quebrar esse cofrinho para pegar o dinheiro guardado você encontra tudo o que colocou lá e mais alguns troquinhos?
É assim que a caderneta de poupança funciona. Digamos que ela é o “porquinho profissional”, administrada por uma instituição financeira. Nela você guarda o quanto puder (não precisa esperar juntar muita grana) e tira quando precisar. E, se o dinheiro ficar parado por mais de um mês, ele faz aniversário, ou seja, o valor aumenta com a incidência dos juros (ainda que bem baixos).
A facilidade em aplicar e resgatar recursos da caderneta de poupança faz dela o produto de investimento mais popular do Brasil. Ela também é uma forma de manter o dinheiro guardado em segurança, afinal, dá trabalho juntar as economias, então é importante garantir que elas estejam protegidas.
“A facilidade em aplicar e resgatar recursos da caderneta de poupança faz dela o produto de investimento mais popular do Brasil”
Mas vale ficar atento a algumas coisinhas!
A primeira delas é sobre o aniversário, como já mencionei. Não tem problema nenhum em você tirar o dinheiro da caderneta antes de ele completar um mês guardado. Você só deve estar ciente que fazendo isso a poupança não vai ter nenhuma diferença do seu porquinho de casa. Da mesma forma que o dinheiro entrar, ele vai sair (sem render nada). Para render, o recurso precisa ficar quietinho lá por, pelo menos, um mês. E quanto mais tempo ele fica, mais ele cresce.
A outra coisa é que não posso te iludir: a poupança não vai te trazer muitos ganhos! Mesmo que você deixe o dinheiro lá por anos e anos, o rendimento desse produto é baixo (70% da taxa Selic) . Só uma quantia muito grande teria rentabilidade maior (e ainda seria bem mais baixa do que outros tipos de investimento poderiam proporcionar). Para ter uma ideia, quem coloca mil reais hoje na poupança, terá pouco mais um real de retorno daqui um mês. E por apresentar essas características, tem gente que nem considera a poupança como um investimento.
Porém, esse é um dinheiro que você guarda e tem correção com o passar do tempo. Gerando assim, uma discussão polêmica, porque o que importa não é como a poupança é vista e sim o que ela pode proporcionar.
Então, se você só guarda dinheiro no cofrinho, ela é, sim, uma opção melhor! Mas e você nem guarda nada ainda, pode começar, porque não tem nada a perder (pelo contrário, pode ainda conseguir uns troquinhos a mais no fim de um mês). Existem produtos tão seguros quanto ela que vão render mais? Siiim! E vamos te contar por aqui — fica ligadinho que logo mais você descobre.
Como a poupança é calculada?
O rendimento da poupança está atrelado à Selic (já falamos dela, lembra? — link aqui). Apesar de ser um produto simples, o cálculo do retorno não é tão fácil.
Veja:
- Quando a Selic está em mais de 8,5% ao ano, a poupança rende 0,5% sobre o valor depositado acrescido da taxa referencial (TR);
- Quando a Selic está igual ou abaixo de 8,5% o ano, como é o caso atual, o rendimento é de 70% da Selic acrescida da TR.
Ah, a TR é a parte mais complicada! Trata-se de um percentual calculado diariamente a partir da média dos juros pagos pelos CDBs das 30 maiores instituições financeiras do país após passar por um redutor estipulado pelo governo federal.
Mas nem precisa pegar a calculadora… O Banco Central disponibiliza o resultado certinho do rendimento da poupança mês a mês. É só clicar aqui.
*Giovanna Bambicini é jornalista com mais de 15 anos de experiência em comunicação corporativa. Entre as empresas para as quais já atuou (e atua) na produção de conteúdo e assessoria de imprensa, a maioria faz parte do mercado financeiro, como bancos, corretoras e entidades de classe.