Taxa Selic: o que é e por que temos que estar atentos a ela?

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Por Giovanna Bambicini

Você provavelmente já ouviu falar sobre a Selic. Afinal, pelo menos a cada 45 dias, quando o Banco Central (BC) determina e divulga seu rumo, ela é notícia. Nos últimos anos, têm chamado atenção também as diversas quedas da Selic. Sim, ela caiu! E foi tanto que chegou a bater recordes consecutivos de menores patamares da história.

Ok, mas quem é essa tal de Selic? E será que realmente tenho que me preocupar se ela sobe ou desce?

Bom, a Selic é a taxa básica de juros da nossa economia. Selic é a abreviação de Sistema Especial de Liquidação e Custódia. Falando assim não ajuda muito, não é? Mas aguenta firme que não é tão complicado assim. Ela é BÁSICA porque serve de referência para outras taxas, como aquelas cobradas em financiamentos ou empréstimos e as que remuneram alguns investimentos, como os títulos públicos, a poupança, o CDB e muitos outros.

O Banco Central, por meio do Copom (Comitê de Política Monetária), determina e divulga a cada 45 dias a meta da taxa Selic, tendo como foco estratégico o controle da inflação. É assim: se os preços dos produtos e dos serviços sobem, a inflação aumenta, e aí o governo tem que elevar a Selic para tentar desacelerar essa alta. O contrário acontece quando a inflação está em baixa ou controlada: aí o BC pode diminuir a Selic e aquecer a economia.

Nos últimos anos, aumentou desemprego no Brasil e diminuiu o poder de compra da população. Com isso, também ficou menor a demanda por produtos e serviços, que, por sua vez, derrubou a inflação e abriu espaço para o governo reduzir também a Selic. Com a taxa de juros mais baixa, o crédito fica mais barato, tanto para as pessoas físicas quanto para as empresas, e há chances maiores de a economia melhorar.

Do fim de 2016 para cá, é exatamente isso que tem acontecido. Na tentativa de movimentar a economia, a Selic começou a cair, até que hoje, início de julho de 2020, ela chegou em 2,25% ao ano, que é o menor patamar da história. No começo de 2016, por exemplo, ela estava em 14,25% ao ano.

Por que precisamos estar atentos à Selic?

Se é a Selic que condiciona outras importantes taxas do mercado, vale estar atento a sua movimentação. Isso porque se ela cai, os juros pagos em empréstimos, por exemplo, também podem cair. Na mesma medida, caem ainda os rendimentos dos investimentos atrelados a ela, como os do Tesouro Selic ou da poupança (ou seja, o investidor ganha menos).

O contrário também é verdade. Se a Selic sobe, aumentam tanto as cobranças de taxas que se baseiam nela quanto as rentabilidades dos títulos. É essa movimentação que explica por que de uns tempos para cá as rentabilidades dos títulos de renda fixa têm sido tão baixas. Elas foram derrubadas com a Selic! Mas isso é assunto para outra conversa.

Ah! Vale só lembrar que, no papel de REFERÊNCIA, a Selic não representa exatamente os juros que devem ser pagos ou recebidos. Na verdade, ela é uma tentativa de influenciar as taxas que os bancos vão cobrar nos empréstimos, por exemplo. Então, se você tem uma dívida, é possível que não pague exatamente o valor da Selic de juros. Assim como não vai receber o mesmo percentual dessa taxa no rendimento da sua caderneta de poupança (a rentabilidade é calculada a partir de uma regrinha que usa a Selic como base).

Os impactos nos investimentos

notebook com gráfico mercado financeiro e investidores ao fundo

Então quer dizer que se a Selic cai eu ganho menos com meus investimentos? É quase isso. Se sua carteira de investimentos tiver apenas produtos de renda fixa, você vai ganhar menos. Existem no mercado outros produtos que não são atrelados à Selic e podem ter rendimentos diferentes. Mas fique sempre atento que a escolha do produto deve considerar seus objetivos com aquele dinheiro e seu apetite ao risco (ativos mais agressivos têm chances de perdas do valor que você aplicou) e não apenas o retorno que ele pode trazer. Se você está começando nesse mundo dos investimentos, os produtos referenciados pela Selic são opções interessantes. Mesmo rendendo menos agora, você já vai começar a ver seu dinheiro crescer!

Texto elaborado pela voluntária: Giovanna Bambicini

Revisão e edição: Lara Madeira

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